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De onde você é?

Muitas vezes me perguntam: “de onde você é?”.

Esta se tornou uma longa pergunta para responder…: “De onde eu sou?” , me pergunto por alguns momentos… Quase sempre digo algo assim: “Nasci no Brasil mas morei em muitos lugares como Estados Unidos e Canadá e durante 9 anos em Milão, na Itália. Hoje moro em Tenerife.” Talvez esta seja a resposta mais racional e objetiva e, em certo nível, responde à pergunta.  Porém, sempre tenho uma certa sensação de não ter respondido completamente.

A frase do Mestre Yogananda me vem espontaneamente:

“A alma não pode ser confinada dentro dos limites criados pelo homem, a sua nacionalidade é o Espírito; seu país, a Onipresença.”

A verdade é que mesmo que tenhamos raízes e um local de nascimento original destes corpos, com as nossas famílias de sangue – que certamente são importantes e deixam uma grande marca nos nossos corações – sinto no fundo do meu Ser que as famílias e os países que chamamos de “casa” podem ser mais de um… Para mim, certamente são muitos; cada um com seu próprio ensinamento e valor.

Alguns lugares, em particular, talvez ainda mais especiais… A Itália sempre será minha família… O Brasil também… A Índia, é outra mãe para mim… E eu poderia continuar…

Onde quer que eu vá, mesmo que fisicamente longe, estou sempre, ao mesmo tempo, de alguma forma, nestes lugares também. Alguns bem específicos, como a Amazônia, por exemplo…

Cria-se (ou recria-se) um vínculo forte, que é infinito: e que nada nem ninguém poderá quebrar.

Quando lugares, pessoas e seres nos fazem “sentir em casa”, isso vai além do tempo e do espaço… E assim podemos passar muito tempo sem nos ver ou ouvir; ao mesmo tempo, a união é sempre percebida.

Indo ainda mais fundo: posso dizer que me sinto em casa em qualquer lugar, pois sei que “casa” não é um lugar físico, mas um estado de consciência de ser livre na alma, na sua expressividade, criatividade e intuição. Eu sei que quando estamos no Dharma, na nossa autêntica missão de vida, nada é estranho e é sempre, mesmo nos altos e baixos contraditórios da vida, uma alegria sempre nova (Ananda)…

Aprendo e me inspiro todos os dias em uma frase incrível do Mestre Yogananda que diz:
 “Com a prática da meditação você descobrirá que tem um paraíso portátil em seu coração.”  E é nisso que quero viver cada vez mais, sobre o que quero falar com vocês, sobre o que quero transmitir a vocês através das práticas e da vida.


Vossa, com amor, prema
Raquel Bhavani
www.premakriyayoga.com

PREMA KRIYA YOGA - Blog - Transformacoes Percurso Espiritual

Transformações no Percurso Espiritual

Namaste, amigos e amigas!

Hoje gostaria de compartilhar com vocês algumas reflexões sobre o percurso espiritual, questões que, noto, talvez não sejam muito claras para muitos de nós, sinceros buscadores.

É muito importante compreender alguns ensinamentos do percurso espiritual, sobretudo para quem o está percorrendo mais conscientemente, e entender que esses ensinamento vão muito além do nosso intelecto e da nossa mente pensante. Precisamos “pescar” estes ensinamentos a nível intuitivo – afinal, estes estão intrínsecos no interno do nosso Ser.

Por exemplo, será que “ser zen” significa não sentir e/ou demonstrar emoções? Ou significa sermos verdadeiros e autênticos em relação a estas? Se respondeste ‘sim’ à segunda opção, estamos em sintonia. Segundo minha própria percepção e após quase 20 anos de prática, meditações, estudos e mais de 15 anos ensinando diferentes corpos e mentes, humildemente compreendo que a prática do yoga e da meditação não anulam nossos sentimentos e emoções. Pelo contrário, por vezes estas nos fazem sentir ainda mais e despertam maiores sensibilidades a tudo que ocorre dentro de nós e ao nosso redor.

Será que “ser zen” significa não sentir e/ou demonstrar emoções? Ou significa sermos verdadeiros e autênticos em relação a estas?

A espiritualidade não nos deixa indiferentes ou frios, nem muito menos insensíveis. Muito pelo contrário, somos mais presentes e atentos, somos mais vivos e despertos e, por isso, sentimos ainda mais.

Ao mesmo tempo, o que realizo é que, com as práticas, ficamos também mais desapegados e menos identificados; tornamo-nos mais vigias e menos envolvidos, somos mais observadores e menos emaranhados nas emoções e nas situações.

À medida que nos desprendemos de tais atitudes, pensamentos e emoções, somos mais maduros emotivamente e mais capazes de aceitarmos estas e assim, quando for o tempo, poderemos também purificá-las (isso nem sempre ocorre no “nosso” tempo, mas no Divino tempo…).

No momento que nos entregamos, nos abraçamos e exercemos a compaixão (inclusive conosco mesmos), acontece quase que espontaneamente uma liberação.

Tudo isso é muito sutil e muito mais fácil falar e escrever do que realmente colocar em prática… Mesmo para aquele que pratica e medita por anos, por vezes se frusta consigo próprio, achando-se incapaz de mudar e acreditando que todo seu esforço para melhorar não serviu a nada…

A boa notícia é que, se formos capazes de nos amarmos assim como somos, com nossos “defeitos” e “qualidades”, praticando e meditando sem expectativas, realmente e verdadeiramente doando todos os frutos das ações ao Divino Ser, ao Guru, a Deus (ou como preferires se referir a este Ser interior), tenho profunda confiança e fé  de que a transformação e iluminação virão.